Sunday, October 29, 2006

A Luz

O dia estava prestes a chegar ao fim, porém faltava o seu momento. Verónica tinha passado o dia de um lado para o outro, quase sem dar conta o dia foi passando dando lugar à noite. Precisava de um momento que fosse só dela.

Foi até à casa de banho e dirigiu-se até a banheira, abriu a toneira e mandou lá para dentro os sais de citrinos que tinha comprado na nova loja, de sais e sabões naturais, quando andava a passear pelo centro da cidade há uns meses atrás.

Enquanto a água corria, foi até ao quarto pegou em algumas velas que lá estão sempre prontas a dar um pouco de luz, no isqueiro que tem sempre à mão quando coloca incensos a queimar, e levou tudo para a casa de banho. Acendeu as velas e fechou a porta.

A banda sonora já estava pronta. O artista mágico que consegue sempre com o seu piano dar luz e cor ao mundo de Verónica. Passou o dia acompanhada por ele, e a noite iria começar ao som fabuloso das notas que saiam do piano. Por gostar tanto da sua obra, ainda no final do ano estarájunto dele a aplaudir o seu trabalho. quando ela soube que ele viria a Portugal ficou petrificada, não podia acreditar que ira ouvir ao vivo aquele som mágico.

Lentamente, como se de um ritual se tratasse, comecou a despir as suas roupas e entrou dentro da banheira. Lá ficou a meia luz, com o som de fundo e a mente liberta de todos os pensamentos. Aquele foi o seu momento! O seu momento de magia, de amor, de luz!

Passados longos minutos Verónica sai, seca a sua pele, comtempla o seu corpo e sente-se linda, sentindo-se grata pela pele que veste. Prepara um chá e fica na sala a deliciar-se com as notas musicais que ainda se fazem ouvir.

Está calma, mas algo insita-a a fazer algo por ela. Está a sentir-se presa. Quer soltar-se. Faz algumas escolhas, resolve mudar algumas atitudes.

No fim da música Verónica apercebe-se de que está pronta. Está pronta para amar.

Nessa altura Óscar aproxima-se, o seu gato cinzento que adora enroscar-se no seu pescoço enquanto V. dorme. Pega em Óscar, faz-lhe umas festas que o fazem ronronar, coloca-o aos pés da cama, como é hábito, e vai dormir.

Verónica deita a cabeça na almofada, sente-se leve, como que a levitar, lá fora ouve o vento como que a murmurar-lhe segredos ao ouvido. No fundo ela sente-se especial, nunca se sentiu igual às amiguinhas do colégio, sempre achou chatas aquelas conversas de roupas e rapazes. Para ela a vida era muito mais do que isso.

A vida era amor, amar. Houve momentos , ao longo da vida, em que se sentiu sózinha no caminho, porém nunca mudou a perspectiva que tinha da vida, ainda hoje, já mulher, continuava a achar que o propósito da vida era só um: AMAR! Amar quem ela era, amar quem com ela experienciava o mundo, amar o sol, amar a LUA, as estrelas, os rios, os animais, as flores, as ciranças, os velhos, os homens, as mulheres, os pássaros.... Simplesmente amar.

Por agora é tudo...
...eu volto!

Beijos ternos, Dark Moon

1 Comments:

Blogger VIAJANTE DO MAR said...

Amar o simples é sublime...

Beijocas

November 09, 2006 5:20 PM  

Post a Comment

<< Home