Friday, March 20, 2009

O enterro

Deviam ser 21.35 quando Verónica chegou. À porta estavam algumas pessoas, tinha imaginado encontrar mais, muitas mais, talvez uma multidão, mas não deveriam ser mais do que sete.

Caminhou hesitante, assombrou-lhe a ideia de voltar para trás, ainda chegou a olhar para a porta que tinha ficado aberta, mas nao! Levantou a cabeça e seguiu até à última porta. Era nessa última porta, a mais díficil de chegar, onde ele se encontrava.

Encontrou!

Imaginou muitas vezes a situação, conseguia fechar os olhos e imaginar todos os seus gestos e reacções, mas estava enganada a sensação de chegar e vê-lo ali, imóvel, foi deveras única.

Aproximou-se!

Olhou!

Confirmou!

Sim, era ele e dúvidas não as haviam. Tinha escolhido partir, partir e não mais voltar.

Fez questão de confirmar tal escolha, quis ser testemunha de tal feito. Sentiu os olhares, questionando a sua presença, perguntando o que trazia ela no saco...

Esperou, que todos se retirassem e quando a areia começou a ser atirada em rápidos movimentos, abriu o saco e retirou a caixa. A caixa que guardava o que restava da sua lembrança.

Sem demoras atirou-a. E com ela foram todas as suas lembranças, guardadas na caixa.

Sorriu e pensou:

“Sabe bem viver, hoje enterei-te”


Por agora é tudo...
... eu volto!

Beijos e abraços primaveris,
Dark Moon

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